campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira (25) em Santa Catarina. O estado conta com 1,759 milhão de doses da vacina no total. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Ses), a meta é imunizar 80% das 1.739.814 pessoas pertencentes aos grupos prioritários.
Nacionalmente, a imunização começa em 30 de abril, dia "D" de mobilização para intensificar a vacinação para todos os grupos. Em março, a Secretaria de Saúde decidiu antecipar para o dia 25 de abril a campanha em Santa Catarina. A campanha vai até 20 de maio.
"Este ano temos um perfil epidemiológico diferente de outros anos,
devido ao grande número de casos de gripe neste início de inverno, por
isso o adiantamento da campanha", explica o superintendente de
Vigilância em Saúde da Secretaria, Fábio Gaudenzi.
Grupos prioritários
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o estado terá 1,7 mil
unidades de saúde com salas de vacinação que poderão atender a
população. Terão direito à vacina gratuita o mesmo grupo do ano passado:
crianças menores de 5 anos, gestantes, mães até 40 dias após o parto,
idosos, profissionais de saúde, indígenas, detentos e portadores de
doenças crônicas.
Quem não faz parte do público-alvo da vacina pode tentar conseguir pela rede privada. A Dive disponibiliza em seu site
uma lista de salas de vacinação habilitadas no estado.
"A gripe é uma doença grave, e é muito mais grave aos grupos prioritários, que em 2015, tiveram 87% dos casos de óbito", afirma o secretário de Estado da Saúde, Murillo Capella.
Prevenção contra a gripe
De acordo com a Diretoria da Vigilância Epidemiológica (Dive), as
pessoas podem tomar as seguintes medidas para evitar a doença:
- Lavar e higienizar as mãos com frequência, principalmente antes de se alimentar;
- Ao tossir ou espirrar, proteja o rosto com um lenço ou o antebraço;
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Manter os ambientes bem ventilados;
- Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sintomas de gripe.
Mortes por gripe
São
19 mortes por gripe - 18 por gripe A H1N1 e uma por gripe B - em Santa
Catarina conforme o último boletim divulgado na quarta-feira (20) pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).
Apesar dessas mortes confirmadas, o ritmo de internações em decorrência dessas doenças caiu. O estado agora registra 111 hospitalizações por gripe A e B - na semana anterior, eram 108. No boletim do dia 7, eram 50.
Dos 111 casos, 109 são de gripe A e dois de gripe B. Dos 109 de gripe A, 108 são do subtipo H1N1 e outro caso é investigado para identificar se é H1N1 ou H3N2.
Pacientes pelo estado
Foram registrados casos nos municípios de Araranguá, Balneário Gaivota, Praia Grande, Blumenau, Brusque, Timbó, Gaspar, Rio dos Cedros, Caibi, Chapecó, Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema, Guaramirim, Jaraguá do Sul, São Francisco do Sul, Joinville, Braço do Norte, Florianópolis, Canelinha, São José, Criciúma, Laguna, Imbituba, Capivari de Baixo, Tubarão, São Bento do Sul, Lages, Capão Alto, Correia Pinto, São José do Cerrito, São Miguel do Oeste, Paraíso, Rio do Sul. Também há outros quatro casos de outros estados.
Em relação à idade, a maioria dos pacientes tem mais de 60 anos, o que é considerado um fator de risco. Essa faixa etária tem 31 casos. Também há 22 pacientes entre 50 e 59 anos, 21 entre 40 e 49 anos e 17 entre 30 e 39 anos.
Dos 111 pacientes hospitalizados por gripe A e B, 100 tinham algum
fator de risco. São 49 portadores de doeças crônicas, 12 obesos, 31
idosos, cinco com menos de 2 anos de idade e três gestantes.
Mortes por gripe A
Dentre as 18 pessoas que morreram com H1N1, quatro eram moradoras de Blumenau, quatro de Araranguá, duas de Guaramirim e uma em cada um destes municípios: Brusque, Lages, Balneário Gaivota, Florianópolis, São José, Praia Grande , Joinville e Rio dos Cedros. Em Jaraguá do Sul, houve a morte por gripe B.
Dezessete desses pacientes que morreram tinham algum fator de risco associado, como doença crônica, obesidade e idade avançada. Esses pacientes começaram a tomar o medicamento, em média, cinco dias após o início dos sintomas: febre, tosse ou dor de garganta e pelo menos mais um dos seguintes sintomas: dor nos músculos, dor de cabeça ou dor nas articulações. A recomendação é a utilização do antiviral em até 48 horas após o início dos sintomas.
Somente casos graves são notificados
À primeira vista, o índice de mortalidade de gripe A e B pode parecer
elevado, mas é preciso considerar que todos os casos monitorados e
divulgados pela Dive são de pacientes graves, explicou o superintendente
da Dive, Fábio Gaudenzi.
É por essa razão que as gripes A e B têm, proporcionalmente, um número maior de mortes em comparação, por exemplo, com a dengue. A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também é monitorada pela Dive, mas de uma forma diferente.
"Na dengue, todo caso suspeito é notificado. A maioria são casos leves, que não necessitam de internação, [a doença] tem uma quantidade pequena de casos graves", explicou Gaudenzi.
"No caso da Influenza, a Dive não monitora todos os casos de gripe, só os casos graves, de pacientes que estão internados. Precisa ter febre, tosse, dor de garganta e estar internado. Proporcionalmente, tem um número maior de óbitos", continuou o superintendente.