Os delegados Fabiano Locatelli, João da Cunha Neto e Eduardo Mattos realizaram na tarde desta quinta-feira, 31, uma coletiva de imprensa para repassar detalhes da operação "Balaclava", que resultou em 11 prisões. Foram três meses de investigação até conseguir os mandados de prisão e busca e apreensão.
O delegado João da Cunha Neto comentou que desde o final do ano passado, a região vinha sofrendo com a incidência de assaltos e roubos em residência, usando armas de fogo, cometidos sempre por três ou quatro agentes usando o mesmo modo de ação. Diante disto foi instaurado um inquérito policial na Divisão de Investigações Criminais, para dar uma resposta à sociedade.
"Estavam trazendo uma grande sensação de insegurança para a comunidade. A partir disso, com as coletas de informações, locais de crimes, traçamos uma linha investigativa", disse Neto.
Já Eduardo Mattos comentou que a investigação se originou de quatro roubos cometidos em Caçador em razão do modo de ação, que os crimes eram iguais, chegaram a conclusão de que se tratava de uma quadrilha. "Identificamos um integrante do bando e a partir deste, fomos identificando os demais e culminou na prisão de 11 pessoas, sendo 10 em Caçador e um em Rio do Sul", frisou.
Mattos revelou que ao longo destes três meses de investigações, o bando cometeu muito mais de 20 crimes, entre roubos, furtos, posse ilegal de arma. Ele disse ainda que na semana passada, integrantes da quadrilha trocaram tiros com uma guarnição do PPT, na região de Xanxerê.
Na região, a quadrilha agiu em Monte Carlo, região de Nova Erechim, Xanxerê, Gaspar e na cidade de Nova Tebas, norte do Paraná. "Fizemos diligências em outros estados e os acusados foram reconhecidos pelos crimes. Representamos com a materialidade para a prisão preventiva de 10 pessoas e cumprimos 14 mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos nesta quinta" complementou.
Mais de 60 policiais participaram da operação e ao todo 11 pessoas foram presas entre os mandados de prisão e prisões em flagrante. Foram recuperados objetos roubados, duas armas de fogo, mais de 1.400 munições, dinheiro, euro e dólar, que segundo o delegado, algumas vítimas afirmaram que entre seus pertences foram levados este tipo de dinheiro.
Os presos foram encaminhados ao Presídio Regional de Caçador. São prisões preventivas, ou seja, não tem um prazo. "Esperamos concluir o inquérito em 30 dias, apesar do montante investigado, e encaminhar ao Poder Judiciário", comentou.
Quadrilha possuía informações privilegiadas
Em quase todos os crimes, os bandidos possuíam informações privilegiadas e alguns dos integrantes foram indiciados por roubo majorado e organização criminosa. Segundo o delegado, dentro da organização possuía olheiro, fornecedor de arma, pessoa que fornecia a logística e o núcleo que praticava os crimes.
O delegado Locatelli comentou que os crimes deixaram poucos rastros e foi um quebra cabeça de elementos que ficaram nas cenas dos crimes. Foi montado uma força tarefa com policiais da Polícia Civil de Caçador e foi efetuado um trabalho focado que culminou na prisão dos acusados.
Ainda na investigação, a polícia percebeu que os integrante possuem longa ficha criminal e alguns eram foragidos da justiça. Já outros saiam temporariamente por sete dias, cometiam crimes e retornavam a unidades prisionais. Duas pessoas foram identificadas como mentores da quadrilha.
Outro ponto que chamou a atenção da polícia era que em cada êxito nos roubos, o bando mudava de cidade, o que acabou dificultando mais ainda as investigações.
A operação contou com mais de 60 policiais de Caçador, Santa Cecilia, Lebon Régis, Joaçaba, Videira, Porto União e Canoinhas.
A Polícia Civil de Caçador desencadeou na manhã desta quinta-feira, 21, a Operação Balaclava, uma ação contra roubos a residências. Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão. Um dos locais onde a polícia esteve foi no bairro Martello.
De acordo com o delegado regional Fabiano Locatelli, as investigações iniciaram ainda no mês de dezembro, devido à incidência de roubos violentos em Caçador. Foram mais de 100 dias de investigações.
Segundo o delegado, o bando agia em Caçador, região e também no Paraná. A operação contou com apoio da Polícia Civil de Lebon Régis, Santa Cecília, Videira, Joaçaba, Porto União e Canoinhas.
Neste momento os presos estão sendo ouvidos pela polícia. Novas informações serão divulgadas em coletiva de imprensa às 17h.