No dia 20 de novembro comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra e a data foi escolhida porque no ano de 1695 morria Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. A data dedica-se a um momento de conscientização sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. 

O Dia da Consciência Negra?não é meramente de comemoração, é momento de muita luta e reflexão para apontar caminhos para uma sociedade mais justa e igualitária.

Foi com este intuito que a Associação de Amigos do Museu do Contestado promoveu o espetáculo QUEM TE ENSINOU A PENSAR: Uma experiência de Teatro de Fórum. Um espetáculo criado pelos próprios atores, sobre a direção de Lu Paes e figurino de Anália Bortolini. O espetáculo foi apresentado na noite de segunda-feira no auditório do Museu do Contestado em Caçador e contou com um elenco maravilhoso e convidados (as).

Na encenação onde contava a vida de Eloá uma garota negra e a descriminação que sofria de seus colegas no interior de uma sala de aula, o teatro acompanhado pelo jornalista João Batista (JB), de raça negra, convidado especial. Na ocasião o espetáculo contou em detalhes o que passava e atualmente passa uma pessoa negra. No final do espetáculo pessoas da plateia mudaram a cena, dando uma opinião como mudar a situação. Entraram em cena pessoas da plateia juntamente com os atores momento que emocionou o público presente. Trabalho dirigido pela competente Lu Paes, formada em Artes Cênicas que trabalha muito a cultura em Caçador. Os atores e atrizes que participaram foram:

 Paulo Loch - Inácio Stul.
Beatriz Deconto Carneiro - Mia
Kátia Maria Ribas de Almeida- Eloá
Célia Regina Bisotto- Joseffine.
Elias de Lima Lisboa - Musica
Sônia Ribas - Inaiê- Musica.
Anderson Luiz Carneiro - Professor Lucas
Ana Vitória Dodô- Narradora
Zenita Gonçalves da Silva - Malu e Vovó.
Wellington Felipe Justi - João
Figurino: Anália Bortolini
Direção: Lu Paes
Lu Paes: Promoção Associação de Amigos do Museu do Contestado.

Anderson Carneiro, funcionário de Matos Costa, participou junto com sua filha Beatriz Carneiro da peça teatral e disse que está muito feliz pelo convite, não é ator, mas disse que foi ótimo encenar o professor Lucas. “É uma experiência marcante para mim, ainda mais ao lado da minha filha Beatriz e dos(das) demais colegas e a g a profissional Lu Paes que me deu esta chance”. Destaca Anderson.

Apesar dos 134 anos da lei que deu fim à escravidão, o racismo continua presente nas estruturas sociais e institucionais deste país, em estados e Municípios  como Caçador, Calmon, Matos Costa, entre outros da região e é manifestado pela falta de oportunidades para pessoas negras, por baixa remuneração, pelas tentativas de apagamento da cultura e da participação africana na construção da nação brasileira e pelo epistemicídio acadêmico de negros e negras, entre outras formas de apagamento e de violência.

Ainda temos um longo caminho a trilhar, e nós ´pessoas, jornalistas, e demais profissões devemos continuar na luta pelo fim do racismo. É importante destacar algumas conquistas das comunidades negras, especialmente no que concerne às ações afirmativas que têm sido implementadas. A começar pela Constituição brasileira, de 1988, de cuja construção vários atores da sociedade, incluindo os movimentos negros, participaram ativamente, que traz medidas importantes para a promoção de reparações à comunidade negra.

A Rádio Destaque parabeniza a Associação de Amigos do Museu do Contestado pelo belo trabalho, não só no dia da Consciência Negra, mas na cultural regional, especialmente o Contestado.