UMA MORENA EM SEU CAMINHO!
O MÊS DE JUNHO PROMETIA NA REGIÃO DO Contestado, o rapaz humilde saiu em busca de pinhão, era época de debulhar. Desceu as encostas e ficou em meio a uma floresta de pinheiros. Depois de quase uma saca cheia, ele resolveu sair pra um local onde não batesse vento, junto a ele estava seu companheiro, seu cão de estimação. Um fogo de grimpas e lenhas secas foram feitos, alguns grãos de pinhões foram colocados para assar. Enquanto isso uma garrafa térmica de café quente foi retirado da mochila. Um salame cheiroso chamava atenção, pão caseiro que sua mãe havia arrumado com carinho. Enquanto comia seu cão levantou as orelhas e escutaram passos, o cão latiu, e uma morena bonita, cabelos longos apareceu. Cumprimentou o rapaz, que respondeu e convidou a moça para sentar e se aquecer, já que o frio era grande, apesar do sol e céu limpo.
Ela sentou-se, apresentou-se, e disse que também tinha vindo buscar pinhão. Ele perguntou se ela não tinha medo de andar sozinha mata adentro.
Ela respondeu que não, que não era sempre que saia. Ela também sacou de uma garrafa térmica e começou a tomar café com bolinhos da graxa. Ele ofereceu salame e ela aceitou. Começaram um bate papo regado a café e pinhão. Ela contou que tinha saído da cidade para estudar e voltou para cuidar do pai. Ele disse que não se lembrava dela. A conversa era tão boa que se esqueceram do frio, ela alimentava o fogo e ele, colocava pinhões para assar.
Logo depois do gostoso bate papo, os dois apagaram o fogo e seguiram juntos para a pequena cidade, onde as serrarias já apitavam marcando 18 horas. Ela sorriu e disse:
-Está escurecendo e me sinto tão segura ao seu lado.
Ele agradeceu e sorriu também. Ela notou os olhos pretos dele, rapaz alto e simpático.
Ela mesmo com uma calça coringa (atual jeans) formava muito bem aquele corpo escultural, bota de cano longo, rosto lindo e olhos negros. Conversando e caminhando acompanhados pelo cão companheiro, lá foi o casal. Chegando a casa dele, convidou para ela entrar, ela agradeceu e deixou o endereço pra ele visitar a sua casa. No domingo próximo falou pra sua mãe, dizendo eu iria assistir o futebol e visitar a amiga Franciele que havia conhecido. A mãe concordou e pensou:
-Alguém esta mexendo com esse menino. Ela sabia que ele mesmo trabalhando na roça, ser simples, era um garoto bom.
‘ Ele vestiu-se bem, colocando uma calça escura, camisa clara, casaco, estava tudo perfeito. Não sabia aonde iria primeiro, ver a amiga ou o futebol? Optou pela amiga, que quando ele chegou correu abrir o portão e sem ao menos esperar, ela atirou-se em seus braços, abraçando como se estivessem visto a muitos anos. Aqueles olhos negros que entravam na alma o encararam e disse.
-Não sabe a ansiedade que estava te esperando.
Ele disse a ela:
-Mas você nem sabia se eu viria?
Ela respondeu com um sorriso, demonstrando aqueles dentes branco, lábios carnudos e sedutor.
-Eu sentia que você viria!
Márcio sorriu e foi entrando naquela casa grande, o calor do fogão a lenha era percebido. O inverno judiava. Ela disse, queria tanto que conhecesse meu pai, mas foi a Porto União visitar minhas tias e retorna somente na próxima semana.
A água fervia, ela perguntou se ele aceitava café. Ele disse que sim.
Um café cheiroso foi feito, uma mesa arrumada, com pão caseiro, salame, doces diversos e bolinhos. Ele brincou, acrescentando:
-Já pode casar!
Ela respondeu de imediato.
-Estou à procura do homem certo.
Ele rapidamente disse se ela tinha namorado, fato que ela negou, dizendo que devido ao ciúme demais havia acabado o noivado.
Ela estava linda, calça justa, blusa de lã.
O papo correu solto, e a beira do fogão, começaram a assistir um filme na tv.
Ela perguntou se ele jantaria com ela. Ele disse que precisava avisar a mãe. Pediu licença e voltou em casa avisar a mãe que concordou, dizendo:
-Fica tranquilo meu filho, vá com Deus!
Ele ansioso retornou, o que estava acontecendo com ele. Aquela moça não saia da memória.
Retornou pra casa da moça, ela recebeu ele com um sorriso. Um sofá na cozinha estava à disposição, ela convidou ele pra sentar e trouxe um cobertor pra se aquecerem.
Papo vêm, papo vai, uma cena de novela, uma música romântica, chamou a atenção, quando ele se deu por si, estava passando as mãos naquele cabelo negro e longo, ela olhava com os olhos brilhando, ela acariciou seu queixo, passou as mãos de leve sobre seus lábios e disse:
-Se quiser me beijar, beije!
Ele sugou aqueles lábios que se abriam pra ele. Era tão gostoso, aquele abraço apertado, boca com boca. Ela disse sussurrando em seu ouvido:
-Querido, desde o dia que se achamos no mato em busca de pinhão, não esqueço você.
Ele respondeu.
-Eu também, fazia tempo que não sentia mais isso.
O suor, apesar da noite fria, começava a escorrer. Ela o tomou pelas mãos e disse:
-Tenho um lugar melhor pra se aquecer.
Ele respondeu:
-Franciele, não quero ser indiscreto, mas não vamos apressar as coisas, hum?
Ela respondeu:
-Que bom ouvir isso, eu espero, mesmo querendo muito você!
Um beijo molhado foi dado como resposta!
Mesmo assim as caricias, beijos foram quentes até tarde da noite.
Em breve como será o segundo encontro do casal???
Aguardem!!!
escrito e criado por João Batista Ferreira dos Santos.
Calmon, 2023.