CAMINHÃO DE REBOQUE.
Os anos passaram, o tempo permaneceu na memória dos meninos dos anos de 1.970 a 1.989, que saudades que “que me dá”, quando lembro das minhas calças curtas, pé no chão sentado a beira da estrada da amizade apreciando os vários caminhões no reboque que transportavam toras para as serrarias dos Gringos e Fritz em Calmon, no centro da cidade.
Cada motorista que passava abanava com a mão para mim, que ficava contente com o aceno seguido de um sorriso.
Os motoristas, dava pra perceber em seus semblantes o suor misturado com a poeira e muitas vez com a serragem deixada pela toras de madeira. Lembro-me e sinto saudades daqueles tempos, cada caminhão que passava levava um pouco da floresta da região, era triste ver aquilo, mas eu na minha inocência de menino de 08 anos não sabia o que significava, sabia somente que aqueles homens trabalhavam pra ganhar dinheiro e comprar comida, não sabia eu do sofrimento que passavam para ganhar o pão de cada dia.
O sol da tarde castigava meu rosto cor de cuia, meu cabelo empoeirado dava pra perceber, devido a cor marrom, já que o cabelo era crespo e preto.
Mesmo assim as horas passavam e de repente outro ronco de caminhão subindo a Serra da Usina, era mais um caminhão no reboque que aguçava meus pensamentos.
O dia passava e já no fim da tarde, perto das 18 horas um caminhão parava em frente a nossa casinha, era meu pai, Pedro Ferreira que voltava de carona, do trabalho.
Descia, agradecia o motorista amigo, e parava na minha frente com o semblante suado, seu velho chapéu de palha dava ainda um ar de compaixão para comigo que lhe aguardava sentado no barranco da SC 302.
Tenho muitas saudades, dos amigos e amigas da época que comigo desciam as descidas da Congregação em cima de um carrinho de quatro rodas, das partidas de rebatida no futebol no velho campinho atrás da casa.
Que saudade que teima em machucar meu coração.
Escrevo para relembrar, escrevo para manter a história viva, sou caboclo de Calmon e tenho orgulho de contar histórias!
Vendo as fotos e lendo seu relato me lembro com saudades do meu pai que era madeireiro, tinha as boiadas (cinco juntas de bois carreiros), para puxar as toras e colocar no local para as carretas (GMC, Reu, Fargo, Internacional), para as carretas levarem para a serraria. Os caminhões eram cavalos e tinha as carretinhas, tudo muito rustico, que quando vazio a carretinha era colocada em cima do cavalo. Obrigado por me proporcionar esta bela lembrança do meu velho e querido pai. Fraterno abraço.