Nos anos de 1880 em diante o “Monge” João Maria de Jesus percorreu os sertões de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, houve registro de aparições dele até em São Paulo e no nordeste brasileiro. Na região de São João dos Pobres(Matos Costa),e Calmon(Osmam Medeiros) O João Maria, surgiu também misteriosamente, no Paraná e Santa Catarina, tendo vivido entre os anos de 1886 e 1908, utilizava os mesmos métodos, com curas por ervas, conselhos e água de fontes.
Acredita-se que seu verdadeiro nome é Atanás Marcaf. Em 1897, diria: "Eu nasci no mar, criei-me em Buenos Aires e faz onze anos que tive um sonho, percebendo nele claramente que devia caminhar pelo mundo durante quatorze anos, sem comer carne nas quartas-feiras, sextas-feiras e sábados, não dormia na casa das pessoas. As curas são várias lendas, muitas delas com infusões de uma planta chamada vassourinha e com rezas. Há uma lenda de que João Maria teria debelado uma epidemia de varíola na cidade de Mafra, na ocasião ainda um bairro pertencente ao município de Rio Negro, afastando a doença com rezas e com 19 cruzes plantadas como Via Sacra pela cidade. O monge João Maria teria chegado em Mafra em 1851 e encontrara a população sob o sofrimento da Guerra dos Farrapos e da epidemia de varíola. Recomendou que 19 cruzes (alguns historiadores defendem que seriam 14 cruzes) fossem erguidas entre a Capela Curada e a Balsa - Ponte Metálica. As tropas vindas do sul foram derrubando essas cruzes e, a única que sobrou foi a da Praça Hercílio Luz, cuja fixação foi em 30 de Junho de 1851 e representa a fé do catolicismo rústico do homem simples da região. Ainda hoje existe essa cruz na praça de Mafra, conhecida popularmente como a “Cruz de São João Maria”, e que, segundo a lenda, não pode ser retirada, com o risco de causar a enchente do rio Negro, o qual separa as cidades vizinhas de Rio Negro e Mafra.
Há lendas de que o monge teria feito, também, diversas previsões, inclusive sobre os futuros trens e aviões: "Linhas de burros pretos, de ferro, carregarão o pessoal". ““O dragão de fogo vai rugir pelas serras e campos, jogando fogo e fumaça pelas ventas” e “Pássaros de ferro”, e estes seriam os mais perigosos porque deitariam as cidades por terra”. Em Ponta Grossa, meninos e pessoas começaram a apedreja-lo, quando segundo antigos moradores, ele afirmou:” As mesmas pedras que atiram contra mim voltara em forma de gelo e vai destruir a cidade”. O fato é que, na noite de 11 de setembro de 1906, uma chuva de pedra intensa caiu sobre Ponta Grossa, deixando muitos estragos na região.
Em São João dos Pobres, por volta de 1890 ele fez várias visitas ao Rocio, e aos moradores da região, inclusive Calmon, na época conhecido por Osman Medeiros, onde aconselhava e pregava o bem. Nesta época várias frases e profecias foram ditas por e ele, recontada por netos, bisnetos e até tataranetos de pessoas que com ele estiveram. “Haverá dinheiro e não haverá o que comprar”, “Chegará o dia em que chuvas se encontrarão;
-Se o Homem, não frear sua ganância pela madeira, a natureza vai dar a resposta;
-A serpente do Iguaçu vai engolir a cidade;
-Seca, fome, e enchentes marcarão o futuro;
-Não comerei o que é ofertado ao diabo;
-Muitos trocarão as igrejas pelas festas de vários dias;
-O tapete preto vai trazer novidades e muitas mortes;
-O gafanhoto de aço vai destruir a mata,
-Vai haver muito pasto e pouco rasto.
-Há de vir um tempo que as crianças não irão conhecer trigo, vai faltar farinha. Irão conhecer farinha, mas não o trigo. O trigo é uma planta que Deus abençoou, não pode ser judiado, o pão não pode se jogado fora, tem que zelar. Virá uma época que não vai mais
São as palavras de São João Maria que está por acontecer.