107 ANOS DEPOIS HISTÓRICA ESTAÇÃO "PEDE SOCORRO".!!!!!!
No domingo, dia 18 de setembro de 2.016, em pleno aniversário de 21 anos do Grupo Resgate, criado em 1.994, e oficialmente denominado em 1.995, atendendo solicitação da Professora Daia Gemeli, da UNESPAR de União da Vitória PR, resolvemos realizar um passeio pelo Contestado. Mesmo com o tempo chuvoso, resolvemos seguir até a Comunidade de Presidente Pena, para alunos(as) e professora conhecer a estação que foi inaugurada em 1.909, no dia três de abril, pelo próprio Presidente da República na época, Afonso Moreira Penna.
Por volta das 10 horas recebemos a professora Daia, alunos e alunas que estudam na UNESPAR e residem em várias cidades de SC, PR e SP. Seguimos para Presidente Pena, que no passado foi mapeado para ser uma das maiores cidades de SC. Seguindo via SC 135, a beira da rodovia, uma placa indica, Presidente Pena, com uma bonita estação, uma igreja, como pontos para visitação.Depois de algum tempo na estrada de chão, nossa equipe, chegou a Taquaral Liso(Primeiro nome da Comunidade até 1.909). Quando estacionamos em frente a estação, a surpresa não foi nada agradável. A referida e histórica estação está caindo aos pedaços, avistamos pessoas da comunidade, conversamos com um senhor que disse: "Estou ocupando ela( A estação) para guardar milho, senão já tinham derrubado como era a intenção de várias pessoas"!
Os "beirais", "caixas de ventos", telhados estão caindo devido ao tempo. Ao adentrar dentro do antigo prédio a surpresa foi ainda maior, não existem mais as divisórias, parte do assoalho e forro foram arrancados, em alguns pontos se torna perigoso até para andar.
Perguntamos ao morador que ocupa o local para guardar milho, se algum político esteve lá para recuperar a estação. Resposta do morador:
"Apareceram sim alguns políticos, apenas para pedir votos, para recuperar a estação, não apareceu ninguém, nem de Calmon e muito menos de Caçador" !
Contamos aos visitantes a história da comunidade, o por que do nome Presidente Pena, e aproveitamos para fotografar a família de caboclos, que ao debulhar milho, parece que voltávamos ao tempo do Contestado. Época em que os caboclos sofridos viviam da roça de milho, do pinhão, da mandioca e da erva-mate.
Realmente, os caboclos estão voltando a ocupar os terrenos que a ferrovia lhes tirou, oferecendo em troca a morte e fome. Ao lado da estação presenciamos pequenas lavouras de mandioca e milho, um dos meios de sobrevivência de alguns moradores. Mas tem outras famílias com maior poder aquisitivo que plantam outras culturas, entre as quais o tomate.
Voltando ao local, a estação de Presidente Pena, está localizada e pertence ao município de Calmon SC. No passado foi um dos principais pontos para cargas e descargas, de gado, madeira e outros produtos. Um mapa audacioso por parte da Lumber já preparava um local para uma grande cidade, devido ao nome que a comunidade possuía, de Taquaral Liso, passando a Presidente Pena. Fato parecido com Calmon, que também foi mapeado para se tornar uma das maiores cidades de SC, mas parou quase no tempo, devido a ganância de políticos que somente pensam em si e nos familiares e, "parceiros" políticos de falcatruas e esquecem dos patrimônios históricos abandonados. Culpa também dos governos federal e estadual. O primeiro entregou a Rede Ferroviária Federal para a América Latina Logística(ALL), que abandonou por completo o trecho, que outrora custou muito sangue de caboclos(as), índios(as), trabalhadores da construção da ferrovia e moradores da região. Pessoas que suaram sangue, pediram clemencia e não foram atendidas, 107 anos depois, para nós da Rádio Destaque e do Grupo Resgate, não interessa se é uma estação da ferrovia, interessa sim o valor histórico e cultural que o referido local e prédio histórico possui.
Prédio ferroviário que foi promessa de políticos que prometeram a reforma e o tombamento, nada aconteceu. A estação está tombando sim, para para o chão, por falta de manutenção. Os alunos que nos acompanhavam estavam perplexos com a falta de visão das pessoas que tem o poder nas mãos e esquecem. Na ocasião ainda visitamos o Museu a céu aberto da empresa Rotta, aquele sim esta conservado, todo o maquinário da antiga serraria continua concretado, pintado a espera de visitantes. O Rio do Peixe, divide os municípios de Calmon e Caçador. De um lado o abandono da história, do outro lado a conservação de materiais históricos. Duas " faces", duas verdades.
A Estação de Presidente Pena, foi construída no km 103, da linha que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul. ferrovia que desde Calmon, margeia o Rio do Peixe, por todo o vale. Muitas histórias são contadas desta localidade,atualmente esquecida, sabendo que a referida estação é a única ainda em pé construída durante a construção da estrada de ferro. Moradores que vivem junto a estação e a Igreja, dizem que caso aconteça a valorização e reforma do prédio, poderá ser explorado o turismo, já que a comunidade é totalmente histórica, tanto para Calmon, da mesma forma para o município de Caçador.
Alunos que estiveram visitando a região em um dia de campo no Contestado foram:
Acacio Cesar da Oliveira
2. Ana Maria Braciak
3. Andressa Marina Lazarin
5. Elielthon Moreira
6. Manueli Gonçalves da Silva
7. Marcelo Franco Junior
8. Rafael Monteiro Ouverney
9. Regiane da Silva
10. Ricardo Sczibor
11. Walter Luiz Guedes
Grato ao motorista da UNESPAR que nos conduziu até o local, Claudemir Odani da Silveira.
DO OUTRO LADO DO RIO DO PEIXE O MUSEU A CÉU ABERTO DA FAMÍLIA ROTTA. PEÇAS ANTIGAS ESTÃO CONCRETADAS, PINTADAS, CONSERVADAS A DISPOSIÇÃO DOS VISITANTES.