ERA UMA VEZ NO CONTESTADO…….
No dia nove de abril de 2.016, membros do Grupo Resgate de Calmon SC, levantaram-se 05:45 da manha, para iniciar mais um dia de pesquisas. Desta vez o destino era os campos e matas da família Spautz(Ivonei), e nas terras de Joel Granemann.O sol entre nuvens, marcava mais um dia quente em pleno outono. Depois de reparos nas bicicletas, João Batista, Jones e Izaias, "tomam" a estrada, desta vez "embarcado", sobre duas rodas. Foram quatro quilômetros de asfalto até o portão que liga a fazenda Spautz. Ao adentrar, a pessoa vê a diferença da preservação da floresta, onde tinha campos, deram lugar a belas lavouras. Enquanto o Grupo apreciava as frondosas imbuias e araucárias, felizmente não presenciou nenhuma árvore de pínus. Ao chegar na sede da fazenda, avistamos caminhões e tratores aguardando a soja que estava sendo colhida. Motoristas solicitaram ao jornalista JB, para intervir com seu trabalho em prol dos motoristas que sofrem com a SC 135, entre Matos Costa a Porto União SC. na fazenda o Grupo foi recepcionado pelos senhores Marcos e Odelir Konfrans, pai e filho. O senhor Marcos, 76, 36 trabalhando com a família de Miguel Spautz. Ofereceram água fresca aos membros do Grupo, um gostoso bate-papo iniciou,onde parabenizaram pelo trabalho e pelo incentivos dos filhos e sobrinhos de JB no resgate da história.
O mais importante." Fiquem a vontade, pesquisem a vontade, sabemos quem vocês são, por isso a fazenda está a disposição do grupo e de vocês". Falou o senhor Marcos. Depois dos agradecimentos, fotos com os moradores e da beleza do local, a equipe seguiu estrada adiante, com o vento fresco no rosto, o cheiro gostoso das matas, fato que não se observa nas cidades. Porteiras e beleza natural foram se abrindo, chegamos a sede da fazenda de Joel Granemann, genro de Miguel Spautz, lá o capataz não conhecia o jornalista e os meninos, desconfiado perguntou que iriam fazer na fazenda, falado sobre o Contestado, resolveu ligar para Joel que estava em Caçador SC. Resposta:Conheço o JB, pode deixar entrar. As porteiras novamente foram abertas e seguimos, destino aos campos do Anhanguera. Estradas ruins, falta de apoio, acreditamos por parte do poder público,não sei como os proprietários conseguem retirar a produção das lavouras com aquelas estradas, sofrem.
No terreno de Joel, mais beleza natural e locais que nunca tinha sido visitado pelo grupo. Finalmente chegamos onde a linha férrea com um espaço de 15 metros, contorna o "Morro dos Três Pinheiros", passando ao lado dela mesma, Dizem os mais velhos, que os americanos faziam isso para aumentar os quilômetros e roubar o governo. Pesquisamos o local e, em pensamento retornamos ao tempo. Uma parada na sombra, para água, bananas e frutas cítricas. Uma explicação ao jovens, contando onde fica a caixa de água e onde era o pequeno povoado a beira da linha.
Se pergunta, onde está o cemitério?
Muito mato a beira da linha e nada. No retorno, JB avista uma madeira alta, quadrada e para. Surpresa, ali estava o velho Cemitério do Anhanguera.
O local está tomado pelo mato, está localizado a beira da ferrovia, na divisa com os terrenos dos Spautz, como dizem os antigos, nos 25 da estrada de ferro.
Jones e Izaias estavam impressionados, o mato quase não permitia andar, mas com um velho facão, foi aberto, e procurado os túmulos, a maioria esta coberto, falta de manutenção de um local histórico. Duas cruzes de ferro chamaram a atenção, de dais meninos. ANTONIO HADADA, nascido em 24 de fevereiro de 1.930 e falecido em 04 de agosto de 1.930. ALEXANDRE HADADA, nascido em 24 de fevereiro de 1.930, falecido em 18 de janeiro de 1.931, possivelmente irmãos gêmeos.
Na demais cruzes, não foi possível visualizar datas, mas o cemitério pelos túmulos, acredita-se, ter mais de 105 anos, construído durante a construção da ferrovia, ou quem sabe anos depois.Triste é parar, olhar e ver que naquele local, muitos corpos, ou que restou deles estão para sempre praticamente jogados, se alguém não tomar a iniciativa e limpar o local. Vídeos foram gravados, mostrando a ferrovia abandonada e o o cemitério jogado as traças, a exemplo da estação de Presidente Penna que a cada dia cai aos pedaços.
Com o coração doido, o grupo fotografa e pega as velhas estradas que dão acesso ao local. Novas e surpreendentes paisagens registradas a 21 anos pelo Grupo Resgate, novamente vem aos olhos de JB, para os meninos é novidade.
De um lado da ferrovia somente pínus, do outro lado família Granemann e Spautz, lavouras e mata preservada. Enormes araucárias mostram o quão bela é a nossa região. O sol castigava o Grupo, mas resistentes eles seguiram, já passava do meio dia, quando embaixo de frondosa sombra proporcionada por imbuias e pinheiros, ao lado de água corrente, um gostoso lanche, refez as forças da turma. Um merecido descanso, era hora de retornar.
Mas quem aguenta, passar por locais lindos e não registrar?
Um tratorista da fazenda Granemann, indicou um caminho mais curto para chegar a caixa de água, mas isto é para uma próxima aventura de resgates do Grupo.
Abastecido as garrafas com água fresca, retorno para Calmon, cansados, mas reconfortados, por que la estávamos nos, em ERA UMA VEZ NO CONTESTADO.